quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Capitulo 4 – Gremlin, Salsa e Gremlin

Fomos ao cinema, assistimos um filme chatíssimo e não via a hora de acabar para poder conversar. Uma excelente lição, nunca escolha assistir um filme num encontro em que você precisa conversar.
O filme acabou, ele foi me deixar no metro que ia para a minha casa, sentido contrario do dele. E na hora do beijo de despedida (que claro, foi na bochecha) o relógio dele enganchou no meu cabelo.
Ah! Pelo menos dessa vez o desastrado foi ele. Depois de alguns minutos de guerra, muita aproximação com um desconhecido (afinal era a segunda vez que eu o via pessoalmente) o bendito se desprendeu e eu fui embora.
No caminho me bateu uma curiosidade absurda de saber o que ele achou.
Fui pra casa correndo para entrar no MSN e falar com ele e quando cheguei na minha rua um carro conhecido estava na porta de casa. O meu salsa.
Eu só queria que ele estivesse bem, que ele não sofresse, mas ao me ver ele logo soube. Eu estava maquiada, coisa rara. Isso cheirava a encontro com homem e ele desabou em lagrimas.
Foi embora chorando e eu com o coração partido entrei no MSN ainda com a esperança de encontrar o meu velho amigo online.
Já não estava mais tão animada, o encontro com o Salsa havia acabado comigo, mas ao entrar eu vi aquele nome que tanto queria online e ele logo veio falar comigo.
Aparentemente teve a mesma idéia. É claro, ligar logo após um encontro é dar muita bandeira, mas MSN é MSN.
Começamos a conversar e ele perguntou se no dia seguinte eu gostaria de ir a casa dele. Eu me animei, pensei que isso me ajudaria a sair da fossa. Era só não deixar meu ex saber para não ficar pior e eu nem pensaria em voltar, porque eu estava me distraindo com alguém que adorava.
No dia seguinte me arrumei ainda mais, brincos novos, maquiagem feita pelas amigas, perfume, a roupa favorita e lá fui eu encontrá-lo.
Ele morava sozinho num apartamento pequeno, mas bem legal. Na mesa um jantar e então caiu a minha cara, eu sempre tive medo de ter comida no dente por isso nunca comia nos primeiros encontros. Mas espera lá, eu estava encarando aquilo como um encontro?
Consegui descontrair quando olhei dentro da travessa e vi um arroz roxo, olhei para ele e vi um sorriso meio envergonhado e ele disse não saber o que houve de errado. Colocou algumas coisas para dar um gosto diferente e pronto, era um arroz roxo.
Durante o jantar tentei falar o menos que pude (coisa difícil de acontecer) com medo de ter um arroz roxo no meu dente, e quando falava mantinha os lábios serrados e devo ter ficado estranha, admito.
Na primeira oportunidade corri para o banheiro e vi que estava tudo como deveria estar. Quando voltei para a sala o vi sentado no colchão (sim, o sofá estava sendo reformado e no lugar havia um colchão). Então ele colocou um filme qualquer que nem me preocupei em saber o nome e estava ansiosa esperando para saber o que aconteceria.
Sentei ao lado dele e ainda no trailer ele virou, debruçou na minha frente, disse algo que não entendi e me beijou. Durante o beijo eu só conseguia pensar no que ele poderia ter falado. Mas era um beijo bom, ele tinha aquilo que chamamos de “pegada”, e com ele senti algo novo. Algo que nunca imaginei que sentiria com ele. Eu queria mais.
Claro que após o beijo eu perguntei o que ele havia falado e jamais esqueci essa frase, por mais simples que fosse ela significou muito no dia. Ele disse: - Não vou assistir mais um filme ao seu lado passando vontade de fazer isso.
Dormimos abraçados aquela noite, rimos da situação depois de anos. Quando ele cochilou eu só olhava para o teto, mais uma vez eu tinha alguém, eu sabia que o Gremlin estava “ali”.
Nessa mesma época o Techno voltou com o surgimento de um site relacionamentos chamado Orkut e a nossa amizade continuou exatamente de onde havia parado. Eu estava muito feliz com os dois por perto novamente, mas o fato de saber que o Salsa estava mal, e ainda ligava chorando, acabava comigo.
Foi então que o Gremlin percebeu que algo estava errado e eu contei tudo, disse inclusive que não sabia se ainda gostava dele, que estava confusa.
Ele me disse para ir encontrá-lo, que seria o único jeito de saber. E lá fui eu.
O Salsa foi me buscar em casa e saímos para conversar, agora o meu coração estava partido pelo Gremlin, pois eu sabia que havia partido o coração dele, mesmo com uma atitude madura e racional dessas, eu sabia que ele sofria.
Quando o encontrei o meu coração se inundou de alegria. Eu me sentia tão feliz ao lado dele. Uma hora ou outra o meu pensamento voltava para o meu querido amigo (agora colorido).
A noite foi passando e não demorou muito para brigarmos, eu percebi que nada mudaria, que mesmo o amando tanto aquele era o jeito dele comigo. E eu não aceitaria mais essa relação, agora eu queria maturidade, e eu sabia onde encontrar.
Quando ele me deixou em casa, com o rosto abatido e a certeza de que era o ultimo encontro o meu celular tocou, eu beijei sua bochecha e pulei correndo para fora do carro. Era ele! Meu Gremlin, ops, meu? Será que eu estava apaixonada?
Atendi e ele me disse: - Deu certo?
Respondi que não e rapidamente ele respondeu: - estou indo te buscar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário