segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Capítulo 11 - O enigma do 21:21

O enigma do 21:21

Há um tempo atrás, não muito distante, ainda namorava o primo, comecei a notar que sempre que olhava o relógio era 21:21.
Comecei a achar estranho, comentei com algumas pessoas mas essa hora continuava me perseguindo.
Estava na rua, alguém me perguntava a hora e então ... 21:21.
Estava em casa, esperando um filme começar e quando olhava a hora ... 21:21.
Um dia estava numa avenida a pelo menos 80km/h e quase bati o carro num caminhão quebrado sem nenhuma sinalização dentro de um túnel, olhei no painel do carro e que hora era?
O belo dia em que o primo terminou comigo, assim que ele saiu do meu quarto fui ver a hora ... aham, 21:21.
Comecei a encarar isso como algo ruim.
Depois de alguns dias solteira reencontrei uma amiga da época da faculdade.
Comecei a contar para ela a historia do 21:21. No final ela me disse que ela nasceu 21:21!
Começamos a rir juntas e pensei que até poderia ser o sinal de algo bom, o fim do namoro foi bom, a “quase batida” me fez ficar mais atenta, minha nova amiga de baladas tinha a ver com o fato também e meu aniversário é 21/12, se trocar 21 e 21!
Não acredito muito nessas coisas mas esse horário mexeu comigo, só eu sabia com aquilo me perseguia e me fazia rir sozinha sempre que me deparava com o fato.
Bom, sábado passado aconteceu algo diferente.
Me arrumei para sair para um dos lugares que mais gosto, o famoso “Stones” e antes de sair fui ver a hora. Sim, 21:21. Fiquei me perguntando o que poderia representar isso naquela noite. Seria um fiasco ou algo muito bom.
Bom, a noite me resultou algo muito bom, muito, muito bom.
Esse será um novo capítulo ... aguardem! 

sábado, 20 de novembro de 2010

Capitulo 10 – O fim, ou melhor, o começo

Talvez tudo o que eu tenha tentado fazer esse tempo todo foi substituir a ausência do meu pai colocando sempre um homem em minha vida, é uma boa teoria.
Talvez eu tenha aprendido a sonhar com a minha Barbie e tenha criado na minha cabeça que isso é o certo.
Ou talvez eu seja apenas uma pessoa solitária, que sente a necessidade de ter alguém por perto. E quem fica mais perto do que um namorado?
De todos esses romances o que me restou foi o aprendizado, ah, não posso esquecer é claro do Techno. Ele continuou meu amigo.
Mas depois de muita reflexão eu desisti de tentar entender o porquê de tudo isso que vivi. Eu sei que vivi cada historia, que sonhei com cada um, da minha forma.
Eu chorei quando foi necessário, gritei e amei. Eu tive a oportunidade de fazer parte de um pedaço da vida de cada um e rezo por todos com freqüência.
Amanhã eu não sei como será, mas eu ainda sonho.
Eu sonho com um passe de metro na mão e os joelhos bambos, andando em direção a alguém que não consigo ver o rosto, mas ele esta parado, me esperando do outro lado da catraca.
Ele vai ter seus diversos defeitos, mas eu vou superá-los, eu só preciso que ele esteja “ali”, o resto a gente resolveu.
Ah, e o que farei por enquanto? Baladas, é claro 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Capitulo 9 – O Primo

Me dói falar dessa historia pois é ela que vivo hoje, ou melhor, é o fim dela que vivo hoje.
Mas vamos lá, hei de superar!
O primo tinha 27 anos, eu estava com 26. Ele morava há uns 20 minutos da minha casa, era baladeiro, alto, branquinho, cabelos e olhos castanhos e um rostinho bonito mas muito magro para o meu gosto.
Acontece que apenas conversávamos e eu ate percebia algumas indiretas, mas pera lá, era meu primo!
Um dia resolvemos sair e ele veio ate minha casa (ufa, chega de metro). Estacionou o carro e eu entrei, ali ficamos por algumas horas conversando e um beijo surgiu.
Bom, eu não fiquei animada, primeiro ele era meu primo, segundo ele não me atraia fisicamente.
Só que por ironia do destino o primo ligava, queria me ver com freqüência e eu achava isso bonitinho, eu correspondia só Deus sabe o porque.
Nos víamos sempre, íamos em barzinhos, conversávamos pouco, ele era de poucas palavras, mas me despertava algo diferente.
Eu sabia que dessa historia nada sairia, ele dizia que não era de namorar, não queria casar, não queria nada serio, acho que ele queria estar ali comigo apenas e eu estava bem ali, com ele.
Mas é obvio que eu sabia que ele não estava exatamente “ali”.
Meses se passarem e a historia virou namoro, a gente tinha um ao outro e nos dávamos bem.
Viajavamos juntos. Comprei uma barraca. Ele era escoteiro.
O que me atraia nele era sua esperteza, ele sabia fazer de tudo, só passava longe de livros e de estudo, coisa que me preocupava. Mas eu não queria mais nada alem do que tínhamos mesmo.
Só que o nosso coração é um lugarzinho tão misterioso e surpreendente que eu me apaixonei. Eu queria ele do jeito que era. Agora eu o achava lindo. Era um sorriso ainda mais lindo do que os do passado. Era um carinho absurdamente gostoso. Mas o “ali” era um lugar vazio. Ele era distante.
Tivemos tantos momentos bons, tantas historias, tantas viagens, mas poucas palavras. Mesmo com essas poucas nós construímos algo em nossas mentes, a certeza de que queríamos coisas diferentes para o nosso futuro. No meu futuro eu o queria, no dele não havia espaço para ninguém.
E era tão difícil entende-lo, porque ele não poderia me querer também? E assim seria perfeito porque eu estava madura, pronta para aquilo! Mas ele estava pronto apenas para si próprio.
Mas insistência era o meu segundo nome e eu fui ate o fim. Ate o fim do namoro.
Um belo, ou melhor, um triste sábado ele veio ate minha casa e disse que era melhor terminarmos porque ele sabia que mais pra frente eu sofreria ainda mais. Disse que gostava muito de mim e fazia isso mais por mim do que por ele mesmo. Nada mudaria. Eu havia fracassado.
Essa sensação de fracasso me atormentou por dias. Eu não sabia dizer se o que eu sentia era amor ou se era apenas saudade daquele que me acompanhou por 9 meses. Mas eu sabia que o queria. A razão dizia que não, e assim estava tudo em seu lugar.
Mas em que lugar ficaria o meu coração despedaçado?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Capitulo 8: Maturidade

Algo diferente aconteceu nessa época. Eu saia, viajava, me curtia. É claro que era ainda a mesma menina sentindo falta de um companheiro, mas todas as minhas relações me deixaram tão frustrada.
O gremlin já estava em são Paulo novamente, nos vimos, ficamos, mas o sentimento não voltou. Se perdera em algum canto da Itália.
Eu entrei na academia, comecei a trabalhar como uma louca e comprei o meu primeiro carro.
Liberdade, essa era a palavra. Fui para a praia dirigindo, passeava pela cidade, pegava minhas amigas em suas casas e íamos pra balada, todas apertadinhas no meu pequeno Clio. Eu amava dirigi-lo, ele era o meu mais novo namorado.
A vida teve um novo sentido, eu me dedicava a profissão que escolhera e amava o que fazia. Passei por diversas situações difíceis em meu trabalho e consegui sempre resolver tudo da melhor forma. Me sentia bem sucedida, não pensando no salário, mas em fazer aquilo que eu realmente gostava.
Estava tudo tão bom até que um dia entrei num dos sites de relacionamentos que tenho e vi um recado de um menino dizendo “oi prima”.
Eu nunca havia visto aquele rosto na minha vida. Respondi perguntando quem era e ele disse ser um primo distante. Na verdade nossos pais eram primos.
Depois desse dia começamos a conversar por MSN daí nasceu uma amizade.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Capitulo 7 – Salsa, o resgate

Foi então que liguei e marquei um encontro, ele não hesitou.
Nos encontramos, ficamos juntos e eu estava super feliz. Ele logo dispensou a pessoa com quem saia e desse dia em diante continuamos de onde paramos, só que agora com muita magoa da parte dele.
Meu querido Salsa era alguém tão diferente, ele tinha um coração bom, ele gostava de mim, qualquer um notaria isso, mas ele sabia ser cruel e agora ele tinha razão para isso. Ele se sentia trocado pelo Grem, e de alguma forma ele fora mesmo.
Mas nós insistimos, éramos muito apaixonados, nos conhecíamos como ninguém.
A historia me levou ate onde eu já não conseguia suportar mais. Uma tarde durante uma briga ele me bateu no rosto e depois daquele dia algo em mim morreu.
Como o meu amado Salsa poderia ter feito aquilo comigo? Porque precisei chegar ate esse ponto?
Era a hora de terminar, de seguir em frente, e eu nem tinha mais forças.
O fim foi algo totalmente estranho, ele entendeu, não tinha como retrucar, era obvio que nossa relação passou dos limites.
Voltei a vida de solteira ...
Mas agora existia um vazio tão grande dentro de mim. Eu encaro essa relação como um verdadeiro carma em minha vida e, apesar de parecer tão óbvio que o certo era terminar, ele fazia muita falta.
Nós dois eramos como um só, nos olhavamos e sabiamos o que o outro pensava, não tinhamos medo de ligar demais um pro outro, de brigar, falar o que era preciso, não tinhamos medo de nada, eramos melhores amigos, confidentes, uma relação que não sonho encontrar novamente.
É como se eu tivesse certeza que ele é a pessoa, mas totalmente imaturo para qualquer tipo de relação.
Eu precisava ficar longe da minha metade.
Até hoje me pego chorando às vezes com saudades dele! Não posso dizer que o amo como homem, mas o amo de uma forma totalmente diferente e na maioria das vezes parece impossível me manter distante.
Novamente solteira ...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Capitulo 6 – As baladas

Juntei as amigas e fomos numa festa da faculdade.
Só havia um problema, era uma festa open bar e eu mal sabia o que era o álcool ate aquela noite.
Mas eu não queria saber, eu queria beber, esquecer, deixar a velha Camila e virar uma nova, menos intensa, mais descontraída, eu queria aprender a “ficar”.
Comecei a beber e não demorou muito para tudo mudar, agora tinha o joelho bambo, mas não era por alguém, era por total falta de controle do meu corpo. Eu via as pessoas rodando, e nenhuma delas parecia ser conhecida. Eu sentei na beira do palco e comecei a chorar.
Um menino se aproximou e uma das poucas coisas que consegui falar foi: - por favor, não se aproveite de mim.
Ele riu, era bonito, falou que ia pegar uma coca para eu tomar que poderia ajudar. Nisso minhas amigas surgiram no nada e começaram a me arrastar para fora da festa. Eu tentava explicar que estava esperando o garoto com a coca, mas elas não acreditavam, só riam e me puxavam.
Colocaram-me no carro de uma delas e la fomos nós, ate chegar no fim da rua e perceber que esquecemos de uma das meninas, e esta corria bêbada atrás do carro.
Lembro que aquela noite a menina que dirigia estava bêbada também, e eu estava tão mal que imaginava que ela ia bater o carro mas não tinha condições de me mover para mudar a situação. Eu pensava que iria morrer, mas estava tão ruim que talvez fosse melhor assim.
Mas calma, eu disse que seria uma parte boa da minha vida, depois dessa eu aprendi a beber, e se fiquei mal depois disso era porque queria, e algumas vezes eu quis mesmo, mas agora não chorava mais, eu sabia curtir.
Não recomendo a ninguém beber para sair, o fato de sair já é suficientemente bom, mas durante essa primeira fase eu devo admitir que exagerei.
Eu aprendi a beber, a ficar, a dançar na pista. Mas também aprendi que essa fase pra mim seria bem curta, de vez em quando é bom mas essa não é a Camila. Eu não sei bem ser mais uma apenas na vida de alguém, eu preciso ser a única, ser especial.
Ah, e sobre o garoto da Coca, um ano depois em outra festa eu o achei, ele veio falar comigo e avisei para as minhas amigas quem ele era. Ele realmente existiu.
Conheci varias pessoas, tive curtos relacionamentos inclusive um que não posso deixar passar batido.
Era meu aniversario de 23 anos, fomos numa balada chamada Happy News. Aquela noite foi especial. A maioria dos meus amigos estavam la comemorando comigo e dançamos a noite inteira.
Enquanto dançava na pista percebi que havia um garoto parecido com o meu Grem. É claro que fiquei mexida logo (o Grem estava na Italia e eu morria de saudades).
Um tempo depois ele veio falar comigo e logo estávamos nos beijando. Mas depois disso ele quis conversar e lembro que passamos o resto da noite fazendo isso. O meu China (sim, ele não era japonês) era um amor de pessoa, atencioso, bonito e engraçado.
Pegou meu telefone e ligou no dia seguinte. Só que eu já estava no Guarujá nos preparativos para a festa de natal.
Fiquei alguns dias na praia e nos falávamos durante horas por telefone sempre.
No dia 1 de janeiro de 2007 eu voltei e lá estava ele me esperando no metro! Nós começamos a namorar rápido e todo o romance durou longos 2 meses (risos).
Porque estou contando esta historia? Calma lá.
Um belo dia estou assistindo a um programa de TV e o vejo sendo entrevistado como o mais novo protagonista de uma novela da globo! Logo o telefone começou a tocar e todos sabiam: o meu ex-namorado agora era um global!
Enfim o romance havia terminado e nem tínhamos mais contato, estava novamente curtindo as baladas ...
As pessoas começaram a me ver de forma diferente, acredito. A maturidade foi substituída pela espontaneidade. Eu me tornei mais cara de pau, brincalhona, eu tinha grandes amigas e nessa fase eu aprendi a dar valor a elas.
Eu cheguei a pedir para o vocalista de uma banda tocar Ana Julia dizendo ser esse meu nome e dizendo que era meu aniversario, ganhei ate o chapéu de cawboy dele. Eu derrubei grade de DJ sendo disputada num cabo de guerra entre minha melhor amiga e um rapaz qualquer. Eu aproveitei muito.
Mas no final da noite, na minha cama, eu sentia falta de algo, falta de alguém, eu tinha meus 22 anos, solteira, baladeira e solitária. Eu queria alguém “ali”.
Eu sabia onde encontrar, eu só precisava de coragem e um bom plano. Depois de mais de 1 ano talvez o meu Salsa tivesse amadurecido. E eu o queria. Eu precisava sentir aquilo que sentia ao seu lado. Só ele poderia me dar aquela sensação de proteção, de segurança novamente. E eu iria resgata-lo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Capitulo 5 – Gremlin

Foi assim que nossa historia começou, de uma forma estranha, racional e totalmente sincera.
Ainda com o coração despedaçado ao imaginar como estaria o Salsa, mas estava em parte feliz. A cada dia me envolvia mais e mais. Agora tinha uma relação madura, com um cara que morava sozinho, apaixonado por mim e disposto a me ensinar tudo o que sabia, e eu queria aprender esse novo jogo.
Voltar nessas situações, resgatar tanto o passado que tentei enterrar, me serve hoje como terapia, me faz enxergar o presente de forma clara, estudar meus erros, meus acertos e principalmente, eu vejo quantos momentos especiais tive. Não posso me permitir viver menos do que isso. A minha vida precisa de romance. Mas ainda não cheguei lá, voltemos ao meu doce romance do passado.
O Gremlin tinha algo diferente, ele já havia morado em outros países, era completamente depreendido, era muito bem resolvido e esse jeito despertava algo novo em mim, algo que eu detestava: o ciúmes.
Aprendi a lidar com ele e com a liberdade que me passava. Ele me incentivava a manter as amizades, a sair apenas com amigas algumas vezes, a ter meus momentos sozinha. E eu só o queria, mas tentava me mostrar uma boa aluna.
Mas como sempre os defeitos chegam (e que droga, sempre são o suficiente para acabar com meus romances?) ...
Ele era muito frio, calculista, não dava ponto sem nó e eu comecei a sentir falta do Salsa, aquele que era puro coração, agora eu namorava o Sr Razão.
Mas calma Camila, fique quieta! A essa altura o Salsa já estava se recuperando nos colos de outra (droga de sites de relacionamentos que nos mantêm informadas!).
E eu gostava do Grem, era normal comparar.
Foi então que surgiu a bomba, o meu namorado iria para mais uma viagem sem data certa para voltar, iria para a Itália, e eu ainda terminava minha faculdade.
Pensamos ate na possibilidade de eu realmente ir, mas no fundo nós dois sabíamos que isso não aconteceria, e ele terminou comigo levando em conta a bendita da razão.
Fundo do poço, ai fui eu novamente. Mas eu fui mais fundo ainda. Eu chorava igual uma criança, acredito que tenha juntado a frustração das duas relações.
Eu estava mal, me sentindo à pior das pessoas, sem as pessoas que eu gostava. Sim, no plural, porque com o fim o Salsa caiu como uma bigorna na minha cabeça, eu pensava demais nos dois.
De todos esses dramas e historias que passei algo tinha que ser realmente divertido, a fase a seguir eu recomendo a todos.
Eu comecei a sair para as baladas!