quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Capitulo 9 – O Primo

Me dói falar dessa historia pois é ela que vivo hoje, ou melhor, é o fim dela que vivo hoje.
Mas vamos lá, hei de superar!
O primo tinha 27 anos, eu estava com 26. Ele morava há uns 20 minutos da minha casa, era baladeiro, alto, branquinho, cabelos e olhos castanhos e um rostinho bonito mas muito magro para o meu gosto.
Acontece que apenas conversávamos e eu ate percebia algumas indiretas, mas pera lá, era meu primo!
Um dia resolvemos sair e ele veio ate minha casa (ufa, chega de metro). Estacionou o carro e eu entrei, ali ficamos por algumas horas conversando e um beijo surgiu.
Bom, eu não fiquei animada, primeiro ele era meu primo, segundo ele não me atraia fisicamente.
Só que por ironia do destino o primo ligava, queria me ver com freqüência e eu achava isso bonitinho, eu correspondia só Deus sabe o porque.
Nos víamos sempre, íamos em barzinhos, conversávamos pouco, ele era de poucas palavras, mas me despertava algo diferente.
Eu sabia que dessa historia nada sairia, ele dizia que não era de namorar, não queria casar, não queria nada serio, acho que ele queria estar ali comigo apenas e eu estava bem ali, com ele.
Mas é obvio que eu sabia que ele não estava exatamente “ali”.
Meses se passarem e a historia virou namoro, a gente tinha um ao outro e nos dávamos bem.
Viajavamos juntos. Comprei uma barraca. Ele era escoteiro.
O que me atraia nele era sua esperteza, ele sabia fazer de tudo, só passava longe de livros e de estudo, coisa que me preocupava. Mas eu não queria mais nada alem do que tínhamos mesmo.
Só que o nosso coração é um lugarzinho tão misterioso e surpreendente que eu me apaixonei. Eu queria ele do jeito que era. Agora eu o achava lindo. Era um sorriso ainda mais lindo do que os do passado. Era um carinho absurdamente gostoso. Mas o “ali” era um lugar vazio. Ele era distante.
Tivemos tantos momentos bons, tantas historias, tantas viagens, mas poucas palavras. Mesmo com essas poucas nós construímos algo em nossas mentes, a certeza de que queríamos coisas diferentes para o nosso futuro. No meu futuro eu o queria, no dele não havia espaço para ninguém.
E era tão difícil entende-lo, porque ele não poderia me querer também? E assim seria perfeito porque eu estava madura, pronta para aquilo! Mas ele estava pronto apenas para si próprio.
Mas insistência era o meu segundo nome e eu fui ate o fim. Ate o fim do namoro.
Um belo, ou melhor, um triste sábado ele veio ate minha casa e disse que era melhor terminarmos porque ele sabia que mais pra frente eu sofreria ainda mais. Disse que gostava muito de mim e fazia isso mais por mim do que por ele mesmo. Nada mudaria. Eu havia fracassado.
Essa sensação de fracasso me atormentou por dias. Eu não sabia dizer se o que eu sentia era amor ou se era apenas saudade daquele que me acompanhou por 9 meses. Mas eu sabia que o queria. A razão dizia que não, e assim estava tudo em seu lugar.
Mas em que lugar ficaria o meu coração despedaçado?

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