quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Capitulo 6 – As baladas

Juntei as amigas e fomos numa festa da faculdade.
Só havia um problema, era uma festa open bar e eu mal sabia o que era o álcool ate aquela noite.
Mas eu não queria saber, eu queria beber, esquecer, deixar a velha Camila e virar uma nova, menos intensa, mais descontraída, eu queria aprender a “ficar”.
Comecei a beber e não demorou muito para tudo mudar, agora tinha o joelho bambo, mas não era por alguém, era por total falta de controle do meu corpo. Eu via as pessoas rodando, e nenhuma delas parecia ser conhecida. Eu sentei na beira do palco e comecei a chorar.
Um menino se aproximou e uma das poucas coisas que consegui falar foi: - por favor, não se aproveite de mim.
Ele riu, era bonito, falou que ia pegar uma coca para eu tomar que poderia ajudar. Nisso minhas amigas surgiram no nada e começaram a me arrastar para fora da festa. Eu tentava explicar que estava esperando o garoto com a coca, mas elas não acreditavam, só riam e me puxavam.
Colocaram-me no carro de uma delas e la fomos nós, ate chegar no fim da rua e perceber que esquecemos de uma das meninas, e esta corria bêbada atrás do carro.
Lembro que aquela noite a menina que dirigia estava bêbada também, e eu estava tão mal que imaginava que ela ia bater o carro mas não tinha condições de me mover para mudar a situação. Eu pensava que iria morrer, mas estava tão ruim que talvez fosse melhor assim.
Mas calma, eu disse que seria uma parte boa da minha vida, depois dessa eu aprendi a beber, e se fiquei mal depois disso era porque queria, e algumas vezes eu quis mesmo, mas agora não chorava mais, eu sabia curtir.
Não recomendo a ninguém beber para sair, o fato de sair já é suficientemente bom, mas durante essa primeira fase eu devo admitir que exagerei.
Eu aprendi a beber, a ficar, a dançar na pista. Mas também aprendi que essa fase pra mim seria bem curta, de vez em quando é bom mas essa não é a Camila. Eu não sei bem ser mais uma apenas na vida de alguém, eu preciso ser a única, ser especial.
Ah, e sobre o garoto da Coca, um ano depois em outra festa eu o achei, ele veio falar comigo e avisei para as minhas amigas quem ele era. Ele realmente existiu.
Conheci varias pessoas, tive curtos relacionamentos inclusive um que não posso deixar passar batido.
Era meu aniversario de 23 anos, fomos numa balada chamada Happy News. Aquela noite foi especial. A maioria dos meus amigos estavam la comemorando comigo e dançamos a noite inteira.
Enquanto dançava na pista percebi que havia um garoto parecido com o meu Grem. É claro que fiquei mexida logo (o Grem estava na Italia e eu morria de saudades).
Um tempo depois ele veio falar comigo e logo estávamos nos beijando. Mas depois disso ele quis conversar e lembro que passamos o resto da noite fazendo isso. O meu China (sim, ele não era japonês) era um amor de pessoa, atencioso, bonito e engraçado.
Pegou meu telefone e ligou no dia seguinte. Só que eu já estava no Guarujá nos preparativos para a festa de natal.
Fiquei alguns dias na praia e nos falávamos durante horas por telefone sempre.
No dia 1 de janeiro de 2007 eu voltei e lá estava ele me esperando no metro! Nós começamos a namorar rápido e todo o romance durou longos 2 meses (risos).
Porque estou contando esta historia? Calma lá.
Um belo dia estou assistindo a um programa de TV e o vejo sendo entrevistado como o mais novo protagonista de uma novela da globo! Logo o telefone começou a tocar e todos sabiam: o meu ex-namorado agora era um global!
Enfim o romance havia terminado e nem tínhamos mais contato, estava novamente curtindo as baladas ...
As pessoas começaram a me ver de forma diferente, acredito. A maturidade foi substituída pela espontaneidade. Eu me tornei mais cara de pau, brincalhona, eu tinha grandes amigas e nessa fase eu aprendi a dar valor a elas.
Eu cheguei a pedir para o vocalista de uma banda tocar Ana Julia dizendo ser esse meu nome e dizendo que era meu aniversario, ganhei ate o chapéu de cawboy dele. Eu derrubei grade de DJ sendo disputada num cabo de guerra entre minha melhor amiga e um rapaz qualquer. Eu aproveitei muito.
Mas no final da noite, na minha cama, eu sentia falta de algo, falta de alguém, eu tinha meus 22 anos, solteira, baladeira e solitária. Eu queria alguém “ali”.
Eu sabia onde encontrar, eu só precisava de coragem e um bom plano. Depois de mais de 1 ano talvez o meu Salsa tivesse amadurecido. E eu o queria. Eu precisava sentir aquilo que sentia ao seu lado. Só ele poderia me dar aquela sensação de proteção, de segurança novamente. E eu iria resgata-lo.

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